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Lenda urbana da loira do táxi

A lenda urbana da loira do táxi é muito difundida entre os taxistas de Belo Horizonte. De um para outro, alguma coisa sempre é acrescentada, mas a história mais comum entre eles é a seguinte: Na avenida Afonso Pena, região do bairro Mangabeiras, uma linda loira em trajes pouco ortodoxos sinaliza a um táxi e pede para ser conduzida ao bairro Bonfim. Este bairro é bastante conhecido em BH, não por suas atrações turísticas, mas por um cemitério enorme, que se estende por vários quarteirões e pode ser visto de longe por moradores de bairros vizinhos. Enfim, a loira entra, se senta no banco de trás, dá um endereço ao taxista, que segue rumo ao destino pensando apenas na boa corrida que garfou. No caminho, tenta puxar conversa com a acompanhante, que responde pouco e fala muito em chegar logo em casa. Assim que o táxi entra na rua Bonfim (a principal rua do bairro), o carro se enche de um perfume muito forte de cravo. A loira passa a falar com uma voz diferente, melancólica, se mantendo sempre cabisbaixa e evitando respostas muito longas. Ao chegar no endereço, o taxista percebe que se trata da porta do Cemitério do Bonfim. Para seu terror, a passageira já se encontra fora do veículo, de costas, vestindo uma camisola longa desfeita em trapos, os cabelos desgrenhados e cheios de terra, caminhando rumo aos portões do cemitério. Se o taxista, por impulso, tenta descer atrás dela ou chamá-la, ela se vira e revela o rosto de uma morta, com olhos fundos e roxos, algodão nos ouvidos e nariz e marcas de pontos no pescoço descendo ao peito; a loira some logo depois e o taxista foge ou desmaia. Há quem diga que a loira seria uma das muitas prostitutas que atuam na região do Mangabeiras, nas imediações da avenida Afonso Pena, provavelmente morta por ali em seu “trabalho”. Ou talvez estivesse tentando vender seu corpo num momento de desespero.

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